Lançada em maio de 2019, a exchange FTX alçou o maior crescimento, no menor espaço de tempo, do setor crypto. Entre a época que captou a primeira rodada de financiamentos (série A) em meados de 2020, até início de agosto de 2021, a empresa aumentou a receita em 75 vezes, diferenciando-se de gigantes do mercado como Binance e Coinbase. Mais recentemente, em 20 de julho, a FTX protagonizou a maior rodada de private equity da história da indústria crypto, no total de US$ 900 milhões, e isso elevou o seu valor no mercado para impressionantes US$ 18 bilhões (um ano antes ela valia US$ 1,2 bi).
Agora, figurando entre as maiores corretoras do setor, com cerca de 1 milhão de usuários, a corretora FTX aproveita com afinco a qualidade do seu token, o FTT, que busca um modelo de utilidade, com incentivos econômicos.
Antônio Neto, responsável pela operação da FTX no Brasil, reforça que a FTT foi criada junto com o lançamento da empresa, em maio de 2019, e é o cerne da operação. “O nosso posicionamento global passa essencialmente pela democratização das finanças, de modo que possibilitamos depósitos em diversas moedas de países (atualmente são mais de 20)”, diz ele. No Brasil, dada a constituição do câmbio local, o real não é uma delas, mas a operação ocorre por meio do BRZ, emitido pela Transfero e considerada a maior stablecoin pareada a uma moeda nacional que não seja o dólar do mundo (há mais de 1 bilhão de tokens BRZ em circulação no mercado).
Antonio Neto explica que o FTT segue a “diretriz de utilidade” algo que sempre é destacado pelo fundador da FTX, Sam Bankman-Fried, de 29 anos e cujo patrimônio dobrou, chegando a US$ 16 bilhões, após o sucesso da última captação de investimentos, segundo a revista Forbes. “O FTT está inserido em um ecossistema, a corretora, onde o usuário vê utilidade em fazer HODL do FTT, visto que há diversos benefícios econômicos para isso. Além dos benefícios na corretora, o FTT é um token que também possui valor e pode ser usado como garantia no nosso sistema de carteira cruzada”, diz.
Neste ano, por exemplo, a empresa deve gerar receita líquida de cerca de US$ 1 bilhão. Das taxas provenientes do negócio, como de praxe, um terço será destinado à operação de compra e destruição de tokens, fomentando o incentivo econômico do FTT. “Dado um negócio bem sucedido, o modelo de compra e destruição de tokens gera, ao longo do tempo, valor para o token. Isso permite ao especulador negociar o preço no mercado aberto, considerando os resultados da FTX. No mercado tradicional, isso já é feito por empresas que compram ações do mercado e colocam nos seus caixas, em um processo chamado buyback”, diz Antônio Neto. Segundo ele, são destruídos, em média, US$ 2 milhões em FTT por semana, e isso permite que os usuários consigam especular de forma segura, pois sabem que o fornecimento de tokens vai diminuindo ao longo do tempo.
Com o passar do tempo também, conforme cresce a FTX, mais tokens são queimados, e isso acaba fazendo com que os proprietários dos tokens ganhem benefícios na corretora pela valorização que ocorre naturalmente ao longo do período. “Isto não é dica de investimento”, brinca Antonio Neto, “mas, considerando o modelo de negócio, é um bom incentivo ter o token e utilizá-lo na corretora para ganhar benefícios”, salienta.
Atuação global também é democratização
A democratização da FTX é ainda demonstrada na sua atuação global, com uma divisão bastante equilibrada dos negócios entre os países e regiões onde atua, o que permite à companhia manter a autoclassificação de “descentralizada”.
A Turquia – principal mercado da corretora atualmente –, por exemplo, concentra 20,8% dos detentores de tokens FTT no mundo. Mas a Coreia do Sul (13,9%), Grã-Bretanha (10,2%), Austrália (9,4%), China (9,2%) e Japão (9%), para ficarmos em alguns exemplos, não estão muito longe e a tendência é que não só esses, como outros países e regiões, incluindo a América Latina e o Brasil, ampliem ainda mais a diversificação.
Solana e BRZ pavimentando o avanço da FTX na região
A boa relação com a Transfero é, na visão de Antônio Neto, um grande apoio para o avanço da corretora no Brasil. Ele lembra que, pelo fato de ser descentralizada, a FTX está sempre apta a navegar por novos mercados pujantes, caso da América Latina e, principalmente, do Brasil. “Há algum tempo, o Sam Bankman-Fried procurava uma solução para entrar no mercado de DeFi, porém, a rede do Ethereum é muito limitante e não permitiria fazer algo realmente impactante, que pudesse colocar 1 bilhão de pessoas a utilizando ao mesmo tempo, por exemplo. Quando ele conheceu a Solana, viu uma aplicação muito clara e diversas vantagens, principalmente na velocidade e no baixo custo em relação à Ethereum e outras”, diz. “A partir daí, a parceria começou a ser construída e, com o Serum, que é o coração de Finanças Descentralizadas na Solana, foi construído todo um sistema dque agrega a liquidez e permite que qualquer protocolo a utilize”, completa.Não por menos, destaca Antônio Neto, a FTT e a Solana são próximas para construir em conjunto operações democráticas, com taxas baixas, e possíveis de ser operadas por pessoas de vários níveis técnicos, inclusive iniciantes no setor crypto. “Com a ajuda do BRZ, a FTX conseguiu melhorar muito a experiência do usuário e o onboarding deles, permitindo que continuemos levando o acesso aos investimentos em criptomoedas para todos”, conclui.