PARSIQ mostra como a conexão da blockchain com o mundo real otimiza negócios

Em entrevista exclusiva, Tom Tirman, CEO e co-fundador, conta a história da PARSIQ e mostra como a empresa vem se tornando protagonista na união de sistemas legados com a blockchain

Com planos de expandir a atuação no Brasil e América Latina no “futuro próximo”, como diz nesta entrevista o CEO e co-fundador Tom Tirman, a PARSIQ mostra como a missão de unir atividades da blockchain com aplicações do mundo real tem sido bem-sucedida. Para Tirman, “muitas empresas tradicionais começarão a adotar a blockchain como tecnologia subjacente e precisarão de middleware para conectar a blockchain a seus sistemas legados”. Acompanhe os detalhes da entrevista.

Qual é a história da PARSIQ e como a companhia tem progredido desde o lançamento de seus negócios?

Eu fui co-fundador da PARSIQ em 2018, quando conheci Anatoly Ression (arquiteto-chefe do PARSIQ) e Andre Kalinovski (co-fundador e engenheiro forense digital). Um ano depois, lançamos a versão beta, gratuita, do nosso produto e, em maio de 2020, a plataforma PARSIQ foi totalmente lançada.

Desde maio de 2020, integramos todos as principais blockchains e protocolos, como Binance Smart Chain, OCEAN Protocol, Aave, Solana, Polkadot, Huobi Ecochain, Injective Protocol, Balancer, Elrond e Chainlink, e lançamos o IQ Protocol, o primeiro do mundo para Solução DeFi para tokenizar SaaS sem riscos e sem garantias. Também fizemos parceria com mais de 50 projetos diferentes para integrações da tecnologia Smart Trigger, da PARSIQ.

Por favor, nos explique qual é o papel da PARSIQ e em que tipos de aplicações ela tem sido melhor utilizada?

A PARSIQ é uma plataforma de blockchain para tudo que transforma dados em ações. Nossa tecnologia permite que os usuários se inscrevam em qualquer evento que aconteça em diferentes blockchains em tempo real e em escala. Além disso, os usuários podem criar um script de reações programáveis ​​a esses eventos, com uma lógica condicional para automatizar processos e transformar fluxos de dados valiosos. Enfim, oferecemos uma camada de interoperabilidade entre blockchains e o mundo real.

O problema da blockchain é que ela contém dados não estruturados amplamente, e são desconectadas dos sistemas centralizados, o que torna difícil extrair delas uma visão prática. A tecnologia PARSIQ resolve isso. A PARSIQ também está envolvida no desenvolvimento de um padrão de segurança internacional para blockchains que complementará os padrões ISO, e isso inclui o monitoramento em tempo real de contratos inteligentes, que é um dos principais requisitos a serem implementados dentro desse padrão.

Além disso, estamos profundamente enraizados em análise e computação forense, e ajudamos vários projetos a bifurcar e recuperar tokens roubados no hack do CoinMetro em 2020. Nós ajudamos na bifurcação de vários projetos, como a Rede PAID, e ajudamos a criar cronogramas elaborados de incentivos e reembolsos baseados exclusivamente em eventos blockchain.

Você poderia nos contar um pouco sobre o investimento recente da Binance X: como aconteceu e qual a importância dele para o andamento dos negócios da PARSIQ?

A Binance X ajudou a financiar os nossos custos de integração para a Binance Smart Chain e também ajudou a promover os nossos trabalhos com o BSC e projetos posteriores que integramos no BSC. A nossa última rodada de investimentos foi um financiamento de US$ 3 milhões, apoiado pela Solana Foundation e Axia8 Ventures, com a participação da Mindworks VC, Krypital Group, CoinUnited, Transfero Swiss, Elevate Ventures, Sanctum Ventures e outros.

Recentemente, dois ataques de hackers exigiram que a PARSIQ agisse diretamente. Começando com o caso Kucoin: você pode explicar o que aconteceu e como foi resolvido?

A PARSIQ é frequentemente chamada quando há uma exploração e fundos são transferidos para agentes mal intencionados. No momento, estamos trabalhando com a Bondly para ajudá-los a resolver o problema que sofreram e fornecer análises sobre a situação.

A situação de Kucoin era um pouco diferente, no sentido de que vários projetos foram afetados e, por isso, tentamos ajudar todas as partes, fornecendo instantâneos dos projetos de token que estavam envolvidos no hack. Nós fornecemos esses instantâneos gratuitamente, através de nosso site, e trabalhamos diretamente com várias das equipes afetadas pelo hack, como NOIA e CarVertical, para ajudar na distribuição de seu token.

No caso da Coimetro, a solução pareceu mais ampla, com maiores consequências. Você poderia nos explicar o que aconteceu?

Quando a CoinMetro sofreu uma violação de segurança, infelizmente também foi nosso próprio token que foi roubado de nossos detentores. Antes que o hacker tivesse a chance de vendê-los, porém, criamos um instantâneo e, em seguida, executamos um ataque de whitehat no pool de liquidez do Uniswap. Assim, drenamos o pool de ETH para salvar os fundos e os devolvemos aos seus legítimos proprietários.

Em seguida, emitimos um novo contrato de tokens com muitos recursos atualizados, como governança e capacidade de congelar tokens no caso de algo semelhante acontecer no futuro. Isso foi muito necessário, pois vários de nossos membros da comunidade sofreram perda de tokens devido a golpes e, na maioria dos casos, conseguimos recuperar seus tokens. Até apelidamos a solução como PARSIQ Defender Initiative.

Com a proposta principal de unificar as atividades de blockchain com aplicações do mundo real, como a PARSIQ tem trabalhado no mercado brasileiro?

Atualmente, não trabalhamos com muitas empresas além da BRZ, no mercado brasileiro, mas temos planos de expandir na América Latina em geral, incluindo o Brasil. Achamos que a blockchain é a solução perfeita para inclusão financeira no Brasil e em muitos outros países da América Latina. O nosso objetivo será fornecer a infraestrutura e o middleware necessários para que essas soluções de blockchain sejam adotadas em massa.

Como você avalia o desempenho do BRZ, como única criptografia ligada ao Real (brasileiro), para o avanço do setor?

O BRZ resolve problemas mundiais ao permitir que pessoas e empresas interajam com o sistema financeiro global mais amplo de maneira descentralizada. O sucesso da BRZ é inegável e esperamos o seu crescimento exponencial.

A BRZ Solana Crypto Found está investindo 20 milhões de dólares em novos projetos de blockchain Solana no Brasil. Como essa iniciativa pode ser importante para os negócios da PARSIQ?

Estamos trabalhando diretamente com equipes da BRZ Solana Crypto Found. Às vezes, também co-investimos em projetos do ecossistema Solana e fazemos parte do Solverse Accelerator como mentores. Acreditamos que startups de blockchain no Brasil podem ter um enorme potencial para resolver pontos problemáticos. A Solana é a plataforma perfeita para eles construírem e o BRZ é a porta de entrada, de fato, para eles. O PARSIQ estará presente sempre para apoiar quaisquer startups de blockchain brasileiras, que sejam notáveis ​​em termos de fornecer a infraestrutura tecnológica necessária.

Quais são os planos futuros da PARSIQ e como o mercado brasileiro e latino-americano se insere neles?

Temos mais de 50 mil usuários registrados, entre eles comerciantes, desenvolvedores, empresas de criptografia, empresas tradicionais e projetos DeFi. Acredito que solidificamos a nossa posição no mercado como provedor de blockchain para conectividade, infraestrutura e automação de dados fora da cadeia. A partir daqui, temos muito espaço para crescer. Queremos alcançar um milhão de usuários registrados até julho de 2022, além de oferecer suporte a dezenas de protocolos de blockchain e protocolos DeFi para permitir que nossos usuários aproveitem os eventos que acontecem nesses protocolos.

Também queremos aprimorar o nosso produto, adicionar integrações com aplicativos e canais de comunicação para resolver ainda mais os pontos fracos de nossos usuários e clientes. Um dos marcos mais importantes foi o lançamento do IQ Protocol e o nosso novo modelo de tokenomics para PRQ neste mês. Ainda estamos trabalhando para lançar a tecnologia em toda a sua extensão, juntamente com a integração do IQ Protocol com outros projetos, como Mysterium, que acaba de anunciar que eles o usarão para a sua próxima atualização de tokenomics.

Veremos muitas empresas tradicionais começarem a adotar a blockchain como tecnologia subjacente, e todos eles precisam de middleware para conectar a blockchain a seus sistemas legados. Esperamos ver o Brasil e os países da América Latina liderando o processo e, por isso, estaremos expandindo a nossa presença nesta região em um futuro próximo.

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